segunda-feira, 13 de setembro de 2010

TERRORISMO - 11 DE SETEMBRO



TERRORISMO
Passado este “11 de setembro”, pudemos assistir e ler muitos artigos sobre este tema. Mesmo atrasado, resolvi escrever sobre este assunto, pois esta diretamente ligado as atividades de segurança pública e direitos humanos.
O terrorismo não é contemporâneo. É atividade realizada há muito tempo. A mais antiga manifestação desta conduta provavelmente ocorreu no Oriente Médio (Palestina), no século 1º da era Cristã. Flávio Jesephus escreveu sobre a “Guerra dos Judeus”, narrando as ações dos Sicarii Zelotes. Sicarii significa assassino que mata com adaga. Na época as mortes foram motivadas pelo recenseamento romano, o qual mostrava que os judeus estavam submetidos ao domínio dos romanos e, isto, era humilhante. Os romanos consideraram os Zelotes criminosos, inimigos da sociedade e imorais. Foram dizimados num cerco que durou 3 anos a cidade de Masada.
Posteriormente a história mostrou, na Idade Média, o terror em nome da religião. A seita ismaelita dos Hashashin (Assassinos) matou políticos, religiosos, dirigentes muçulmanos, sempre com uso de armas brancas. Os Assassinos faziam seu “último sacrifício”, pois a maior parte deles morria após o ato considerado terrorista. Ficaram conhecidos como “voluntários da morte”.
Os cristãos também se utilizaram de técnicas terroristas. Os taboritas da Boêmia (século XIV) e os anabatistas (século XVI) o fizeram na Primeira Cruzada e na Santa Inquisição.
No século XVI, nos Países Baixos, Alexandre Farnese atacava as cidades rebeldes e destruía os campos e as colheitas, para limitar o aprovisionamento das urbes. Chamava isto de “estratégia de acessórios” e sequer respeitava a chamada “trégua invernal”.
Por incrível que pareça, a Revolução Francesa deu origem ao terror moderno, o político. A política revolucionária do “La Terreur” vigorava. Este “século das luzes” apresentou a idéia da soberania popular e a revolução passou a defendê-la por meio do terrorismo do Estado. A Lei dos Suspeitos permitia eliminar os opositores do regime.
Em 1892 ocorreu o primeiro atentado com bombas praticado pelos anarquistas. Explodiram a residência do magistrado Benoît (não houve vítimas). Foi uma vingança a prisão de alguns amigos de Ravachol (tornou-se um mito após ser decapitado).
Émile Henry foi um dos principais terroristas do século XIX. Colocou uma bomba nos escritórios da Companhia Parisiense de Minas de Carmaux. Este artefato foi descoberto pela polícia e levado ao quartel, onde explodiu e matou 5 policiais. Em outro atentado, Émile atirou uma bomba no café Terminus, em Paris (causou uma morte e deixou 20 feridos).
Na Espanha, ainda no século XIX, os atentados surgem na Andaluzia e na Catalunha (na época bolsões de pobreza e de insatisfação). Grupos anarquistas como o La Mano Negra atacaram propriedades de burgueses importantes na época. Outros atacavam multidões, como a bomba lançada na saída do Grande Teatro do Liceu de Barcelona (provocou 20 mortes).
Nos Estados Unidos podemos lembrar a bomba lançada em Chicago, na Praça Haymarket, durante uma manifestação trabalhista. Morreram mais de 10 pessoas, sete eram policiais. Em 1920, em Nova York, uma bomba colocada numa carroça explodiu defronte o banco J.P. Morgan, na Wall Street, e matou 33 pessoas (feriu mais de 400). Neste atentado os culpados nunca foram identificados.
Na Rússia o primeiro atentado contra um Czar ocorreu em 1866. Alexandre II quase foi morto por um atirador. Surgiu depois a Zemlia i Volia. Na Ucrânia aparece o movimento “morte pela morte”. A partir de 1880, o terrorismo russo “a Vontade do Povo” (Narodnaïa Volia) passa a agir de forma organizada e por meio de bombas. Ainda neste ano explodiram uma sala do palácio e mataram 11 pessoas, além de ferir 56. No ano seguinte cometeram o “regicídio”, atacando a carruagem imperial com bombas. Sofia Perovskaia, uma mulher terrorista, foi a primeira a ser executada na Rússia.
No século XX surge o terrorismo nacionalista com o Irish Republican Army – IRA, na Irlanda. Na Croácia aparece a Oustacha, que atacava alvos civis, como trens, aeronaves etc. O ataque ao famoso trem Orient Express inaugurou o “terrorismo publicitário”.
A história mostra, paradoxalmente, que a Al Qaeda inaugura o terrorismo moderno. Seu líder, Osama bin Laden, com o 11 de setembro (com seus 4 atentados), alegava “intervenção divina”.
O fato é que ações como as descritas deixam de lado a inteligência humana e afrontam a tão almejada democracia, ofendendo o maior valor humano: a própria vida!
Há mais a escrever...

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