terça-feira, 14 de setembro de 2010

ÁLCOOL – UMA DROGA ATUAL

O processo de propaganda para a eleição de candidatos ao executivo e legislativo deste ano, apesar das “tiriricagens” de determinado cidadão, por vezes mostra alguém tratando do combate às drogas, fenômeno que preocupa a todos (em 1966 a Associação Médica Americana - AMA considerou o alcoolismo uma doença).
Entretanto, todos se preocupam com as “drogas” consideradas não sociais, deixando de lado o consumo de bebida alcoólica, que ocorre há, pelo menos, oito mil anos. Ao que parece, é um fenômeno social importante, pois a grande maioria dos adultos do mundo já experimentou uma bebida fermentada ou destilada.
No Brasil o consumo de álcool vem aumentando em ritmo acelerado (acréscimo de 70,44% nos últimos 30 anos de usuários). Estudo apresentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2004, conhecido por Global Status Report on Alcohol, classificou nosso país em 80º lugar, numa lista de 185 países pesquisados. O consumo per capita brasileiro (com população com idade superior a 15 anos) foi de 5,32 litros. Nossa vizinha Argentina, apresentou uma taxa de 8,55 litros por pessoa (eles bebem mais).
A Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD), em parceria com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID) realizou, em 2001, um levantamento domiciliar em 107 cidades do País. O resultado foi assustador: 68,7% dos pesquisados com idade entre 12 e 65 anos já haviam feito uso de álcool alguma vez na vida. Observe a idade mínima, 12 anos (são crianças!).

Estimou-se, na época, que 11,2% da população brasileira já apresentava dependência na ingestão de álcool. Novo levantamento foi realizado em 2005, sendo que esta taxa subiu para 12,3% dos pesquisados, ou seja, mais de 5.700.000 pessoas. Em 2006, outro levantamento da SENAD apontou que 52% dos brasileiros acima de 18 anos faziam uso de bebidas alcoólicas. Mais da metade dos brasileiros maiores legalmente. Mas, só eles bebem? Infelizmente, não.

A ingestão de bebida alcoólica ocorre cada vez mais cedo. Um levantamento feito em 2004 nas 27 capitais brasileiras, com estudantes, apontou que o primeiro uso se deu aos 12 anos de idade. É preocupante.
Todos devem internalizar que esta modalidade de uso de droga não afeta apenas a família do usuário. Vem, a cada ano, tornando-se um problema de segurança pública. Estudos apontam que vítimas de homicídio, de afogamento e de mortos em acidentes de trânsito, em mais de 50% dos casos, apresentavam elevados níveis de álcool no sangue. Não há dúvida que a ingestão de bebidas alcoólicas contribui com a criminalidade (existem estudos acadêmicos que tratam deste fenômeno, não apenas focando os resultados da conhecida (e esquecida) lei Seca, mas também a questão do funcionamento de bares etc.
Os especialistas apontam que a prevenção somente poderá ocorrer com a educação e com políticas públicas de segurança mais eficazes, sempre lastreadas num debate familiar amplo. Como sempre, a família é primordial para a solução deste problema, pois somente ela é capaz de evitar o fenômeno da discrepância, ou seja, da “incompatibilidade entre o uso de droga e os objetivos de vida de cada pessoa”.
Precisamos motivar nossos jovens a não consumir bebidas alcoólicas. Precisamos, nós adultos, a evitar o “consumo social” (mera desculpa). Precisamos motivar os comerciantes a respeitar a legislação, muito embora isto possa representar um “lucro a menos”. Perde-se financeiramente, mas se ganha, e muito, em saúde e expectativa de vida.
É, portanto, um problema de Ordem Pública, de saúde e, principalmente, social. Precisamos repensar...

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