domingo, 4 de dezembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

domingo, 30 de outubro de 2011

Novo Código Florestal - Um retrocesso, conforme o MPF.

Estudo do Ministério Público Federal (MPF) afirma que o projeto de lei do novo Código Florestal “apresenta diversas violações à Constituição da República, omissões” e “representa grave retrocesso na Política Nacional de Meio Ambiente, não trazendo aperfeiçoamentos relevantes”.

De acordo com o “Grupo de Trabalho Áreas de Preservação Permanente”, que reuniu oito procuradores da República e peritos do MPF na matéria, o novo projeto “aprofunda distorções e mergulhará o País em grande insegurança jurídica, por conta de ações diretas de inconstitucionalidade, ações civis públicas, descumprimento de compromissos internacionais, por exemplo, além dos gravíssimos e irreparáveis danos aos ecossistemas e recursos naturais”.

O iG teve acesso ao documento, intitulado “O Novo Código Florestal e a Atuação do Ministério Público Federal”, que refuta o “pseudo-dilema entre preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico em que se tem sustentado o discurso de defesa do projeto de lei”. O relatório tem 177 páginas e foi encaminhado nesta semana à Câmara de Deputados e ao Senado Federal, onde o projeto já foi aprovado em três comissões e recebe emendas.

Mudanças fragilizam Brasil e a Conferência Rio + 20

De acordo com o texto, as alterações propostas no novo código contrariam compromissos internacionais assumidos pelo Brasil em conferências das Nações Unidas sobre mudança de clima – como o de Copenhague, em que o País se propôs a reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões projetadas até 2020. Na avaliação do MPF, essas mudanças “fragilizarão a participação do Brasil e os próprios resultados da Conferência Rio+20”, que ocorrerá em 2012 no País.


“A exclusão da proteção de mangues, restingas e de várzeas como áreas de preservação permanente, assim como a permissão de exploração do Pantanal sem critérios ambientalmente seguros, afronta diretamente tais compromissos, além de ser inconstitucional.”. O trabalho diz que a dispensa de recuperação de 3,8 milhões de hectares na caatinga “é claramente contrária aos objetivos da Convenção Internacional de Combate à Desertificação”, assinada pelo País. 

Um dos pontos mais atacados pelo grupo de estudo do MPF é a definição de “área rural consolidada” no novo código, que admite imóveis com edificações, benfeitorias ou atividades silvopastoris com ocupação anterior a 22 de julho de 2008. Para os procuradores, essa definição tem o objetivo de “isentar os causadores de danos ambientais da obrigação de reparar o dano, sem exigir qualquer circunstância para a dispensa desta reparação”.



Foto: Agência Brasil
Desmatamento em aldeia indígena na Floresta Amazônica

O documento afirma que, diferentemente das áreas urbanas consolidadas, onde a recuperação integral das áreas de preservação permanente significaria “custos sociais e econômicos desproporcionais, (...) nas áreas rurais a recuperação das áreas de preservação permanente é de enorme importância e pode ser obtida sem impor um ônus excessivo aos proprietários rurais”.

Na avaliação do grupo, isso será objeto de “veto presidencial” e de “ação direta de inconstitucionalidade” em ações civis públicas.

Segundo o estudo, “é patente violação” da Constituição e lesivo ao meio ambiente permitir o uso da Floresta Amazônica brasileira, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal Mato-Grossense e Zona Costeira fora de condições de preservação. A recomendação do MPF é que o patrimônio nacional desses biomas seja absolutamente preservado, sem uso, inclusive quanto dos recursos naturais, a não ser em caráter excepcional e mediante a presença de requisitos e condições.”

Os procuradores veem no projeto do novo código “a completa descaracterização do regime de proteção das áreas de preservação permanente”. Não há menção expressa no código à proteção integral dos manguezais, dunas e de vegetação de restinga.

Outra crítica feita é à isenção a empreendimentos de abastecimento público de água e de geração de energia elétrica de manterem a Reserva Legal. “Este é um dos custos ambientais do empreendimento e tem que ser suportado pelo empreendedor, não podendo haver isenção, que caracteriza violação do dever geral de proteção ambiental previsto na Constituição e da exigência constitucional de que a propriedade atenda sua função social”, diz o texto.

De acordo com o estudo, o projeto comete “gravíssimas falhas” ao reduzir “significativamente a quantidade de área ambientalmente protegida, afrontando de forma clara os dispositivos constitucionais de proteção ao meio ambiente”.

Procuradores veem "impunidade" para quem desmata

Foto: Getty Images Ampliar
Os manguezais não são protegidos expressamente pelo Novo Código Florestal

Para os procuradores, “a sucessão de prazos, anistias e flexibilizações presentes em nossa legislação ambiental (...) gera a sensação de completa impunidade, fazendo com que o produtor que sempre observou a legislação em vigor fique em situação de clara desvantagem e sinta-se altamente estimulado a também desrespeitar as normas ambientais”. Isso também deixaria uma “porta aberta” para fraudes, devido à “situação caótica e precária de funcionamento de nosso sistema de registro de imóveis, especialmente na Amazônia”.

Outro ponto muito criticado é a “anistia aos desmatadores”, porque “impede a lavratura de autos de infração e suspende as sanções já aplicadas para os ilícitos ambientais anteriores a julho de 2008. Segundo o MPF, a anistia, sob o pretexto de regularizar situações que “estão irregulares há várias décadas”, “beneficiará aqueles que continuaram desmatando ilegalmente em épocas recentes”.O MPF considera uma “involução” a alteração que permite a compensação da reserva legal mesmo por quem desmatou vegetação, sem autorização, após dezembro de 1998, “por quem tinha plena consciência de que não poderia fazê-lo”.

Multa faz com que árvore valha mais em pé do que derrubada

O estudo alerta que o um artigo do código pode permitir “transformar grandes áreas de vegetação nativa da Amazônia em carvão, pois não exige que o suprimento seja feito por florestas plantadas, o que é exigido pelo código atual”. O MPF considera o projeto de lei “permissivo demais” ao prever que a autorização para o uso de fogo na vegetação seja estabelecida por órgão estadual.

“O instrumento econômico para preservação da vegetação deve ser entendido como aquela medida adotada pelo Poder Público que faz com o que o proprietário de área com cobertura florestal seja estimulado, sob o ponto de vista econômico, a preservá-la. Em outras palavras, é aquele instrumento que faz com que uma árvore valha mais em pé do que derrubada.”

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/novo-codigo-florestal-e-retrocesso-e-viola-constituicao-diz-estudo-do-mpf/n1597331208352.html

Dengue - Evitar é manifestar cidadania.


sábado, 15 de outubro de 2011

Onu X Brasil X Irã

Por Demóstenes Torres.


 

As chances de o Brasil virar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, que sempre foram nulas, zeraram de vez. Nas comissões da Assembleia Geral, os assuntos são sempre sérios, violência contra a mulher, proteção à infância, segurança, meio ambiente, combate ao tráfico, uso do espaço. Mas, nos últimos dias, nenhum superou a comprovação de que o Irã é um estado terrorista.

E qual a reação do Itamaraty? Passar a mão na cabeça de Mahmoud Ahmadinejad. Mais uma vez.
Os líderes mundiais estão certos de que explosões e assassinatos planejados para o território americano seriam mesmo bancados por Ahmadinejad. Ao desmantelar o plano, salvaram-se não apenas a vida do diplomata saudita e os prédios de duas embaixadas: acabaram-se as dúvidas.

Representantes da turma mais chegada em ditadores apresentam a desculpa de que o Irã vai cumprir para Barack Obama o papel que o Iraque exerceu para George W.Bush, o de assegurar a reeleição. Facilita tocar uma campanha aqui se houver uma guerra no outro lado do planeta.

São personagens e situações muito diferentes. Saddam Hussein não tinha armas de destruição em massa, já o arsenal nuclear do Irã é exibido com garbo por Ahmadinejad, deixando boquiabertos tipos como Lula e Chávez.

Há tempos se sabe que o nanico persa financia atentados, do planejamento à execução, do pessoal à logística. Faltavam as provas. Não faltam mais. Foram gravados, no México, os encontros entre os pupilos de Ahmadinejad e um policial americano disfarçado, enquanto negociavam para atingir Arábia Saudita e Israel em Washington.

O chanceler e a presidente brasileiros já deveriam ter se manifestado contra, mas estão dispondo da mesma cautela apresentada no caso líbio – não abandonam por pouca coisa amigos como Ahmadinejad e Kadafi.
A reação de Antonio Patriota e Dilma Rousseff é esperar os companheiros déspotas ao redor do mundo decidirem, para só então o Brasil tomar partido. A posição dúbia, que surge até em apedrejamento (no Irã) e morte (em Cuba) de ativistas, diminui a importância da maior nação do Cone Sul.

Há diversos temas na pauta da ONU, mas nenhum que supere um estado agir dentro de outro contra pessoas e patrimônio de mais dois.

No aprofundamento dos debates, tínhamos tudo para liderar, como uma democracia em ascensão que condena golpes à ordem mundial e exige sanções à altura. Mas ficamos reféns da ideologia rococó imperiosa em nossa política internacional.

A delegação de parlamentares encerra os trabalhos por aqui torcendo para que quem nos vê com crachá brasileiro não nos tome como hesitantes ou aliados de chefetes patrocinadores de barbáries.

Demóstenes Torres é procurador de Justiça e Senador (DEM/GO), escreve de Nova York onde participa, como observador Parlamentar pelo Senado Federal, dos trabalhos da 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas

Saúde é um direito humano

Saúde é um direito de cada cidadão. Assim, divulgo a campanha do Mnistério da Saúde.


Folheto da Polícia Miltar do Distrito Federal

Trafega na internet um e-mail que trata da divulgação de um folheto de orientação à população em caso de assalto. E se o desenho fosse de assaltantes brancos?

Leia e opine:

O desenho criticado pelo movimento negro traz dicas de como agir em assaltos  
 
Um panfleto distribuído pela Polícia Militar do Distrito Federal na rodoviária e no metrô de Brasília vem gerando polêmica, principalmente entre afrodescendentes. O documento é uma espécie de orientação aos passageiros sobre cuidados para evitar roubos e furtos no local e seria um excelente manual de utilidade pública se, no item como agir em caso de assalto, a ilustração não fosse dois negros armados abordando uma pessoa branca. O material foi produzido pela área de Comunicação Social da corporação para o Batalhão Esplanada, que é sediado nas dependências da Câmara dos Deputados. Ao ser informado, o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), pediu o recolhimento do folheto, o que foi feito ontem à tarde pela PM.

A informação sobre a existência do folheto foi dada à ouvidoria da Câmara por um professor universitário. Imediatamente, a Presidência pediu ao comando da PMDF que tirasse o material de circulação para não associar sua divulgação à Casa. Na cartilha Previna-se contra furto e roubo a pedestre na rodoviária, há informações para que os usuários ajudem a corporação a fazer a segurança do local, sugerindo dicas de como manusear dinheiro, usar celular, portar-se em lugares com pouca iluminação, entre outras. Além disso, há explicações sobre o que é furto — subtração de um bem sem o emprego da violência — e roubo —quando o crime é cometido mediante ameaças.

Mas o que causou a reação do movimento negro e a retirada do folheto de circulação foi a orientação sobre como agir em um assalto. A ilustração mostra dois supostos assaltantes de cor negra, usando boné e revólver. A vítima é uma pessoa branca, calva, vestida de terno e portando uma maleta executiva. O material foi retirado de circulação pela própria PMDF. “Todos os panfletos já foram recolhidos após a determinação”, informou o tenente Gerson de Lima Almeida, oficial de dia no posto da corporação.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-ec..
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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Motivação nas Integrações e fusões




É uma tendência do mercado, de forma geral, a ocorrências de fusões e aquisições. Não se trata de criar monopólios, mas de criar uma oferta de produtos e serviços que se torne competitiva ao ponto de gerar riqueza econômica e social. Ocorre que estes processos de fusões ou de aquisições são traumáticos, uma vez que o quadro de colaboradores é afetado sobremaneira, mormente que cargos e funções podem ser suprimidos em face da estratégia a ser adotada pela “nova” empresa. Neste ponto a liderança é importante, uma vez que cabe a ela a nobre (e difícil, neste caso) tarefa de conduzir pessoas para o êxito, ou seja, motivar os colaboradores. Pesquisas recentes (CONARH ABRH 2011) informam que alguns aspectos são altamente motivadores, entre os quais, no caso das fusões e aquisições, adquirem vital importância.

O sentimento de trabalhar num local onde o relacionamento entre as pessoas seja saudável é fator primordial na motivação. Entretanto, o relacionamento entre as partes das empresas fundidas ou adquiridas é extremamente sensível, uma vez que assume um formato de “vencedores e vencidos”. Quem chega quer assumir e consolidar seu trabalho e quem recebe os novos companheiros não consegue afastar o “fantasma do desemprego”, uma vez que cortes na força de trabalho são conseqüências destes processos. Como então convencer as pessoas que, inseguras (lembre-se aqui da pirâmide de Maslow) apresentam comportamento defensivo e que precisam “continuar acreditando”? Evidente que não basta acenar com o paradigma de que “o processo se apresenta como uma oportunidade para as partes”. É preciso muito mais... É preciso sinalizar para as pessoas qual é a intenção da “nova empresa”, quais são seus valores, seu código de ética etc. Neste caso, a liderança deve “realmente estar a frente de reuniões” de integração. O tratamento deve ser digno (a dignidade da pessoa humana precisa ser respeitada) e transparente e, obrigatoriamente, respeitoso. Algumas fusões se apresentam como verdadeiras “batalhas” entre os “vencidos e vencedores”.

É preciso que, imediatamente após as primeiras ações de integração, seja a força de trabalho “conhecida e reconhecida” pelos “novos chefes”. Este reconhecimento deve ocorrer no menor prazo possível, pois indica que o funcionário pode ser “aproveitado” pela “nova empresa” e este fato, sem sombra de dúvida, é altamente motivador. Infelizmente esta conduta da liderança na maioria das vezes é tardia, demora a ocorrer e fica “acobertada” na ilusão de que os sistemas de gestão precisam de tempo para serem conhecidos. Esquecem os líderes de que não há gestão sem pessoas comprometidas. De nada serve a tecnologia se as pessoas envolvidas estão totalmente desmotivadas. É comum um comportamento lecefer da liderança nestes casos de fusões e aquisições.

Ainda na busca de motivar a força colaboradora, é preciso que os líderes se apresentem (a liderança precisa ser mostrada, numa via quase que inversa da tradicional, onde a liderança é percebida) e mostrem “para que vieram”. Não há dúvida que este comportamento pode causar empatia e criar uma “certa admiração”. Quem admira passa a respeitar e se sente comprometido na busca das metas de trabalho.

Outro fator a ser rapidamente demonstrado pela liderança na busca de motivar sua força de trabalho é a criação de desafios. A pesquisa citada mostra de quase 8% da força de trabalho (homens e mulheres) entende que o fato de terem desafios constantes é um fator altamente motivador. As metas, portanto, devem ser claras e compartilhadas rapidamente. Aquele que recebe metas se sente integrado na nova empresa e, portanto, passa a ter sua “segurança” assegurada. Não há dúvida de que este comportamento facilita a integração e motiva a busca dos resultados.

Só resta afirmar que a motivação somente será feita pela liderança a partir do momento em que se estabelece uma conexão eficiente em que se pretende o estabelecimento de parceria no novo ambiente corporativo, na busca do tão sonhado sucesso!

domingo, 9 de outubro de 2011

Jobs







"Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração.

Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração."
 
Steve Jobs

Fantástico!

sábado, 8 de outubro de 2011

Despectus - Novo número disponível

A edição n. 5 do Informativo Despectus está disponível para acesso e leitura. Visite e aprecie!


Despectus n. 5

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Insegurança Pública, por Aécio Neves.


Transcrito a seguir, texto do Senador Aécio, que trata de questões de segurança pública. Alguns dos aspectos citados já foram objeto de apreciação por este especialista em segurança.


(In)segurança Pública

Há uma semana tratei, neste espaço, dos desafios que temos com a proximidade da Copa do Mundo, enfatizando a área da infraestrutura e citando a da segurança. Independentemente da proximidade do mundial, a questão da segurança merece, há muito, uma política de Estado.
Qualquer pesquisa de opinião revelará sua posição de destaque entre as prioridades da população. Não é à toa: mais de 45 mil brasileiros morrem por homicídio a cada ano, aos quais se somam milhões de vítimas de outros crimes. Assistimos nas últimas décadas a um aumento explosivo da violência até em regiões antes tranquilas, como o Nordeste.

Em contrapartida, vimos a sociedade mobilizada em torno de soluções corajosas, inovadoras e mais eficientes. Minas Gerais implementou medidas e projetos internacionalmente reconhecidos pelos resultados, como a integração das ações das polícias, e o Fica Vivo, uma parceria com a UFMG que tem registrado reduções importantes nos homicídios de jovens. São Paulo construiu o caso mais bem sucedido do país no controle de homicídios e o Rio mobiliza a solidariedade de todos com a experiência das UPPs. Outros Estados também têm feito esforços.

O mesmo não ocorre no plano federal. Temos um somatório de ações desarticuladas e os investimentos realizados têm estado muito aquém das necessidades do país. O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), criado em 2008 e anunciado como uma mudança de paradigma no setor, apresenta resultados pouco expressivos, fazendo mais do mesmo, apesar do comprometimento dos seus profissionais. O Fundo Penitenciário, criado com a finalidade de proporcionar recursos para o sistema penitenciário, teve aplicados, entre 2003 e 2010, apenas dois terços das verbas autorizadas. A sua dotação no Orçamento do ano passado foi menos da metade de 2008. O Fundo Nacional Anti-Droga empenhou pouco mais da metade das verbas autorizadas nesses sete anos. Já o programa de enfrentamento ao crack tem dotação zero no Orçamento de 2012.

Peça da campanha da presidente Dilma Rousseff, como pode o programa não ser priorizado? E se as ações prometidas serão desenvolvidas fora do programa, por que ele foi criado? Há nesses dados orçamentários indicações claras do improviso e da dificuldade de gestão do governo também na segurança pública. Situação que tem levado os Estados a desenvolver políticas sem o apoio federal, tendo que lidar sozinhos com limitações e dificuldades. Também no Congresso, importantes mudanças legislativas, como a revisão do código processual, requerem a liderança do Poder Executivo, mas, infelizmente, estão órfãs e à mercê de iniciativas isoladas.

Essa é uma agenda extensa e urgente.

AÉCIO NEVES, ex-governador e senador por M G.
http://oficial.blog.br/41974/aecio-neves-critica-em-artigo-que-investimentos-da-uniao-em-seguranca-publica-dao-%e2%80%98indicacoes-do-improviso-e-da-dificuldade-de-gestao%e2%80%99/

Crime no primeiro mundo!




Radiografia do crime: EUA tiveram mais de 13 milhões de prisões em 2010

Em 2010, foram registrados mais de 10,3 milhões de crimes nos Estados Unidos — 1.246.248 crimes violentos contra a pessoa e 9.082.887 crimes contra a propriedade. Foram feitas mais de 13 milhões de prisões (o número maior que o de crimes reflete o fato de muitas pessoas serem presas mais de uma vez durante o ano). Em um press release referente ao relatório anual sobre a criminalidade nos Estados Unidos, o FBI (departamento federal de investigações dos EUA) destacou a queda, em relação a 2009, de 6% do número de crimes violentos e de 2,7% do número de crimes contra a propriedade. De acordo com o relatório, divulgado esta semana pelo FBI, o índice foi de 403,6 crimes violentos por 100 mil habitantes, em 2010. Entre os crimes violentos, o mais comum foi a "agressão com agravante" (62,5% do total). Seguiram-se os roubos com violência (29,5%), estupro violento (6,8%) e homicídio (1,2%). Para seu relatório, o FBI coleta dados sobre 28 tipos de crime. A hierarquia da gravidade dos "crimes violentos" nos EUA é:

1) murder (assassinato premeditado) e nonnegligent manslaughter (homicídio voluntário sem premeditação, ocorrido "no calor da paixão", como o crime passional ou o resultante de uma provocação);
2) robbery (roubo com uso de força ou ameaça de força, como assalto a mão armada);
3) forcible rape (estupro com o uso de força, coerção ou abuso de autoridade de uma pessoa que não dá — ou não pode dar — seu consentimento para o ato sexual);
4) aggravated assault (agressão com agravante, isto é, deliberada, com a intenção de causar ferimentos físicos).
5) burglary (arrombamento com o fim de cometer um crime, como roubo);
6) larceny-theft (apropriação indébita, furto/roubo);
7) motor vehicle theft (roubo de carro); Arson (incêndio criminoso) — embora seja um crime contra a propriedade, não está incluído na regra da hierarquia dos crimes.

Foram registrados 12,996 assassinatos em 2010 (média de 35,6 por dia) — excluídos desse total os homicídios que o FBI  define como "justificáveis". Das vítimas, 77,4% eram homens; 50,4% eram negros, 47% brancos; e 2,6% de outras raças (não foram registradas as raças de 152 vítimas). Entre os acusados de assassinato, 90,3% eram homens; 53,1% eram negros; 44,6% eram brancos; e 2,3% eram de outras raças (não foram registradas as raças de 4.224 acusados).

Sobre o aspecto do relacionamento entre o assassino e a vítima: 53% foram mortas por pessoas de seu círculo de relacionamento (conhecidos, vizinhos, amigos, namorados, etc.); 24,8% foram mortas por membros da família; 22,2% foram mortas por desconhecidos.

Mas em 44% dos casos de assassinato o relacionamento entre agressor e vítima não foi relatado. Entre as vítimas femininas, em que o relacionamento foi relatado, 37,5% foram mortas por seus maridos ou namorados. Em 5.544 casos, em que o relacionamento entre vítima e agressor foi relatado, as vítimas foram: 110 maridos, 603 esposas, 107 mães, 135 pais, 256 filhos, 197 filhas, 88 irmãos, 19 irmãs, 287 (outros) familiares, 2.723 conhecidos, 396 amigos, 131 namorados e 492 namoradas.

Em respeito às circunstâncias que envolveram os crimes, quando relatadas, 41,8% das vítimas foram mortas devido a brigas (incluindo as derivadas de triângulos amorosos); 23,1% devido a crimes dolosos (estupros, assaltos a mão armada, roubos, etc.). Em 35,8% dos casos, as circunstâncias dos homicídios não foram relatadas. Do total de 12.996 assassinatos, 41 pessoas morreram em decorrência de estupro; 780 em assalto a mão armada; 80 em roubo com invasão de propriedade; 20 em roubos e furtos; 37 em roubos de veículos; 35 em incêndios criminosos; 5 em casos de prostituição; 14 em casos de ataque sexual; 463 em casos relacionados ao narcotráfico; 7 em casos relacionados a jogos de azar; 441 em casos de crime dolosos não especificados; 66 em casos em que houve suspeita de crime doloso; 6,351 em outros tipos de crime que não o doloso; 90 em decorrência de triângulos amorosos; 36 crianças foram mortas pela babá; 121 pessoas foram mortas por causa de brigas sob a influência do álcool; 58, de brigas sob a influência de drogas; 181, de brigas relacionadas a dinheiro ou a propriedade; 3,215 por causa de outros tipos de brigas; 176 foram mortas por gangs; 673 adolescentes também foram mortos por gangs; 17 em casos de homicídios institucionais (como em prisões); 3 foram mortas por franco-atiradores; 1,781 por causas não especificadas; 4,656 por crimes não desvendados.

Dos 665 homicídios como "justificáveis" pelo FBI, 387 foram cometidos por agentes policiais e 278 por cidadãos privados, "enquanto o cometimento de um crime estava em andamento".
Armas de fogo foram usadas em 65,5% dos assassinatos, em 41,4% dos roubos violentos e em 20,6% das agressões com agravante (não há levantamento de dados sobre o uso de armas em estupro). Outros instrumentos usados nos crimes: facas e outros instrumentos cortantes (13,1%), mãos, punhos, pés, etc. (5,8%), desconhecidos (13,6%).

Dos 9.082.887 crimes contra a propriedade, o mais comum foi o de "roubos e furtos" (68,2% do total); seguem-se roubo com invasão de propriedade (23.8%) e roubos de veículos (8,1%). A proporção foi de 2.942 crimes por 100 mil habitantes, em 2010. Os prejuízos foram estimados em US$ 15,7 bilhões, dos quais 21% foram recuperados.

Do total de 449.246 assaltos a mão armada, 200.062 foram nas ruas e estradas, 61.266 em casas de comércio, 12.125 em postos de gasolina, 25.023 em lojas de conveniência, 64.288 em residências, 9.631 em bancos e 76.852 em locais não relatados.

Do total de 2.194.993 roubos em propriedade alheia, 1.453.002 foram em residências (413.678 durante a noite, 708.807 durante o dia, 330.517 em horário desconhecido); 741.991 foram em lojas, escritórios e outros estabelecimentos (308.658 durante a noite, 235.666 durante o dia e 197.668 em horário desconhecido).

Do total de 6.626.363 roubos e furtos, 28.854 foram em bolsos, 40.114 de bolsas, 875.191 em lojas, 1.757.565 de veículos, 640.549 de acessórios de veículos, 231.915 de bicicletas, 832.186 de prédios, 35.367 de máquinas de vendas automáticas e 2.184.623 não especificados.

Em 2010, foram efetuadas 13.120.947 prisões (sem contar as prisões por violações às leis do tráfego e as feitas pela imigração). Dessas prisões, 552.077 foram por crimes violentos; 1.643.962 por crimes contra a propriedade; 1.638.846 por produção, tráfego ou uso excessivo de drogas (o maior número de prisões por um crime específico); 1.412.223 por dirigir sob a influência do álcool; 1.271.410 por roubos e furtos.

Do total das prisões na área de narcóticos, 18,1% foram por produção ou tráfego de drogas (6,2% de heroína, cocaína e derivados; 6,3% de maconha; 1,8% de drogas sintéticas ou manufaturadas, 3,7% de outros narcóticos) e 81,9% foram pelo uso de drogas (16,4% de heroína, cocaína e derivados; 45,8% de maconha; 4,1% de drogas sintéticas ou manufaturadas e 15,7% de outros narcóticos).

Em proporção, o índice foi de 4.257,6 de presos por 100 mil habitantes, em 2010; por crimes violentos, o índice foi de 179,2 presos por 100 mil habitantes; por crimes contra a propriedade, 538,5 por 100 mil. Quase três quartos de todas as prisões no ano foram de homens; 80,5% das prisões decorrentes de crimes violentos foi de homens; 69,4% das prisões por crimes contra a propriedade foi de homens.

Do total de presos, 69,4% eram brancos, 28% eram negros e 2,6% eram de outras raças. O FBI não comenta, em seu relatório, o percentual maior de prisões de brancos. Mas a explicação é: da população de mais de 300 milhões de habitantes dos EUA, 72% são da raça branca e menos de 13% da raça negra — o restante da raça hispânica e outras raças.

João Ozorio de Melo é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.
Revista Consultor Jurídico, 22 de setembro de 2011
Fonte: http://www.conjur.com.br/2011-set-22/estados-unidos-teve-13-milhoes-prisoes-2010-fbi