sábado, 8 de janeiro de 2011

IES e gestão


IES E GESTÃO
(PARTE 2)

Qual será o motivo que leva as instituições privadas de ensino superior a perderem alunos? Por que perdem espaço no competitivo mercado de ensino? Luís Eduardo aponta alguns motivos em sua obra e este “blogueiro”, modestamente, acrescenta algumas considerações.

As IES (Instituições de Ensino Superior), em função da competitividade do mercado, podem apresentar dificuldades financeiras, o que impede investimentos em infraestrutura (não só administrativa, mas principalmente acadêmica). É preciso que o gestor tenha consciência que as universidades públicas possuem um atrativo que a IES privada nunca poderá oferecer, ou seja, a gratuidade. Por exigirem uma contraprestação financeira por parte do aluno, haverá sempre a necessidade de investimentos, vez que apenas o nome de uma instituição não será capaz de atrair, por tempo indeterminado, novos alunos, escopo de trabalho da educação. Observem o quanto é importante o planejamento estratégico formulado pela direção.

É comum que parte do corpo discente, em especial os vestibulandos, se preocupar em verificar o currículo dos professores, sendo este um diferencial que, aliado ao valor da mensalidade, influencia na decisão de efetuar a matrícula. Vivemos numa era digital, onde a consulta ao currículo dos professores é feita com um simples “click” na rede mundial. Da mesma forma deve haver uma preocupação com a grade curricular, a qual deve ser construída para formar um profissional para o mercado e para a prestação de testes ou concursos. Neste sentido as especializações, tanto lato como strictu senso, devem ser oferecidas pela IES como continuidade da formação. Esta divulgação, que também carece de investimentos, deve ser feita ao longo da jornada de estudo de cada cliente da IES.

A falta de investimento pode propiciar “combustível” para notícias prejudiciais a imagem de um IES, como por exemplo, o não-atendimento de parâmetros do Ministério da Educação e Cultura em relação à proporção de professores com dedicação exclusiva. Este tipo de informação é extremamente prejudicial à imagem valorativa da IES, pois causa a desconfiança daqueles que pretendem criar laços educacionais com a instituição.

Da mesma forma, a imagem espacial de uma IES depende de investimentos, uma vez que o conforto do aluno e melhores condições para transmissão de conhecimento, por parte dos professores, é o esperado pelo cliente. No ensino superior o aluno prefere estudar num ambiente favorável, mesmo porque esta “pagando” mensalidades e espera um bom atendimento. Oferecer salas de aula confortáveis, recursos audiovisuais, bibliotecas deixaram de ser um “luxo” para se tornar requisitos de escolha.

Por falar em investimento, não se pode esquecer a necessidade de aporte financeiro ao atendimento. Os colaboradores de uma IES precisam ser treinados para atender com excelência (surpreender o cliente). É indispensável que conheçam a missão e a visão de futuro da instituição. Isto não é fácil, pois a motivação passa a ser fundamental para a melhoria de atendimento. Para tanto, a direção, em todos os níveis de liderança, precisa estar atenta e articulada para conseguir manter seus colaboradores motivados, pois a ausência de qualquer aspecto necessário para o bom atendimento passa a ser um fator desmotivador. Assim, a comunicação deve ser extremamente trabalhada, informando deveres e direitos.

Um funcionário bem treinado e motivado contribui para a melhoria da imagem personificada de uma instituição, ou seja, pode fazer a diferença na “hora da verdade” e fidelizar o aluno. Esta situação é bastante comum, basta permanecer nos locais de atendimento (seja administrativo ou pedagógico) para perceber como as pessoas podem fazer a diferença. Neste caso, a motivação do funcionário é imprescindível.

Luís Eduardo ainda cita como problema o relacionamento entre o aluno e a IES. No parágrafo anterior falamos alguns aspectos. Mas é necessário alongar um pouco mais, pois o relacionamento vai além do simples atendimento. A IES deve estar alinhada com o mercado de trabalho, pois nada adianta graduar ou especializar um profissional numa atividade que não encontra retorno financeiro. Assim como a IES, o aluno esta em busca de “dinheiro” após sua formação. Uma IES alinhada com as necessidades do mercado atrai mais alunos e coloca a disposição do empresariado mais profissionais. Isto acontece em várias regiões do País, podendo citar como exemplo, o que ocorreu no interior do estado de São Paulo com a expansão do cultivo da cana-de-açucar, obrigando as IES a desenvolverem cursos na área de gestão ambiental, açúcar e álcool e segurança no trabalho. A universidade posicionou-se junto às necessidades do mercado.

Uma gota no oceano. Talvez! Na verdade não é fácil navegar em oceanos azuis...

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