sábado, 20 de agosto de 2011

Onde esta Araçatuba?


Estudar é um presente divino! Além de exercitar o cérebro, você adquire conhecimento e isto, felizmente, ninguém pode tomar. Foi nesta vida de leitura que me deparei com a última edição do anuário Análise Brasil Global (editora Análise, 6ª ed., 2011), que apresenta uma matéria completa sobre os desafios que o Brasil precisa enfrentar para ocupar seu espaço no mercado global. Não sou um economista, mas este conhecimento do mercado abre possibilidades para a prestação de qualquer serviço, incluindo os de assessoria em gestão de responsabilidade social. Neste diapasão, acessei a relação dos principais parceiros comerciais do Brasil; descobri, de forma mais precisa, quais produtos são exportados etc. Ainda explorando o conteúdo do anuário, deparei-me com um ranking dos 262 municípios brasileiros que mais exportam (em 2010 foram mais de 100 milhões de dólares) e me interessei, uma vez que isto indicaria um campo para desenvolvimento de projetos, além de apresentar um nicho de mercado com reais possibilidades de investimento. Iniciei a leitura procurando encontrar Araçatuba nesta relação, afinal, tenho fortes laços com a cidade, mas não obtive esta felicidade. Da nossa região encontrei (em ordem de classificação) Promissão, Lins, Bauru, Presidente Prudente, Andradina, José Bonifácio, Cafelândia, e muitas outras cidades, algumas bem menores que Araçatuba. Infelizmente, Araçatuba não estava na lista. O que podemos entender disso? Simples! A cidade não possui um parque de produtos industrializados ou commodities que permitem o comércio com outros países, de forma a destacar-se no cenário nacional. A falta de investimentos na cidade vai além da questão da distância dos principais centros consumidores ou da infra-estrutura de logística (pois temos boa malha viária, hidrovia etc.). Ultrapassa a oferta de água, fator indispensável para a indústria e agronegócio (temos água bruta em abundância). Parece-me, numa visão de um simples estudioso, que a Araçatuba optou pelo desenvolvimento de uma economia local, sem qualquer interesse na globalização financeira. É preciso “agir local, mas também pensar global”. Necessitamos capacitar nossos empresários a trilharem o “caminho das pedras” das exportações, a construir um portfólio de produtos que sejam competitivos e sustentáveis, tornando-os capazes de “navegar neste “oceano vermelho” (e isto, sem sombra de dúvida, é papel da universidade). Concomitantemente é preciso desenvolver políticas públicas (e esta é missão do executivo) que permitam colocar a cidade de Araçatuba como uma “opção de investimento”, pois somente desta forma será possível mudar este panorama desfavorável. É preciso, portanto, abrir os olhos e movimentar o cérebro (e as demais partes do corpo!), pois somente assim haverá mais oferta de emprego e educação de qualidade, fatores que irão melhorar a qualidade de vida de cada araçatubense e, quem sabe, estampar o nome de nossa augusta cidade nos próximos rankings.

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