quarta-feira, 15 de maio de 2013

Operação SAER - Nota de repúdio do Sindicato Carioca




"Nota de Repúdio


O Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio de Janeiro – SINDELPOL/RJ – vem a público manifestar o seu mais veemente repúdio a forma vil e inverídica que vem sendo tratada pela Rede Globo de Televisão e demais veículos do mesmo grupo, a bem sucedida ação do Serviço Aeroespacial da Polícia Civil – SAER, durante a troca de tiros que resultou na morte do traficante conhecido como “Matemático”, contra quem havia 11 mandados de prisão.

Os comentários feitos pelos “especialistas” em operações policiais e combate urbano que classificaram a operação como “descontrolada” e “desastrada” em nada condizem com as imagens e áudio divulgados, os quais mostram traficantes armados de fuzis efetuando disparos, inclusive com munição traçante, contra a aeronave que perseguia o facínora com o intuito de orientar equipes da Polícia Militar que estavam em terra para efetuar a prisão.

Lembramos que é obrigação dos agentes da autoridade policial efetuar a prisão de quem quer que se encontre em flagrante delito, não somente podendo, como devendo para tal, responder com proporcional lesividade agressões perpetradas a fim de cumprir a ordem legal. São os consagrados institutos jurídicos da legítima defesa e do estrito cumprimento de dever legal, cujos “especialistas” pareciam desconhecer. Provavelmente desejavam que a aeronave despejasse uma chuva de pétalas sobre os traficantes armados de fuzis.

Cabe ressaltar que toda a ação foi submetida ao controle dos órgãos competentes, quais sejam: ao Ministério Público que propôs o arquivamento do Inquérito Policial e ao Poder Judiciário que aceitou a promoção ministerial e arquivou o procedimento. Em um Estado Democrático de Direito, todos os órgãos e agentes têm que agir na estrita legalidade, cabendo aos órgãos competentes o controle desses atos, o que foi feito nesse caso, resultando no arquivamento do procedimento.

Quanto ao preparo e aptidão dos agentes do SAER para realizar tal tipo de operações, é bastante afirmar que se trata inquestionavelmente do melhor serviço aeroespacial policial da América Latina, quiçá do mundo, fato este já demonstrado em inúmeras operações policiais e de salvamento de alto risco, as quais serviço de nenhum outro órgão de segurança ou salvamento ousaria fazer e cujos resultados, tal qual o da operação em comento, foram de total êxito.

Basta dizer que outras corporações de segurança, inobstante tenham seus próprios serviços aeroespaciais, sempre lancem mão do SAER da Polícia Civil para apoio a suas operações, quando estas exijam um grau maior de destreza e aptidão, exatamente como ocorreu no caso em tela, bem como no resgate de vítimas dos deslizamentos na região serrana e em inúmeras outras ocasiões.

Por fim, restam-nos algumas indagações: 

1) Qual o objetivo de parcela da mídia ao pretender insistentemente e com enorme alarde taxar de “irresponsável” e “descontrolada” antiga e “requentada” operação legítima que obteve resultado de precisão cirúrgica: um perigosíssimo e foragido chefe do tráfico armado de fuzil que atirava contra os agentes alvejado, e nenhum policial ou morador baleado?

2) Qual o motivo deste fuzuê, quando há poucos meses, por ocasião de uma operação desprovida de respaldo legal e irregular, de objetivos ainda não esclarecidos, por parte de agentes do Ministério Público do Rio de Janeiro, que apresentou como “resultado” da incursão exclusivamente três crianças baleadas por tais agentes e nenhum criminoso preso, optou a mesma parcela da mídia por silenciar-se sobre o assunto, abafando-o e poupando os responsáveis pelo desvio de qualquer linha de divulgação?

Qual o motivo da disparidade de tratamento e da ausência de qualquer importância dispensada para uma operação irregular que resultou em três crianças baleadas, enquanto pretende-se requentar operação legítima que resultou exclusivamente na morte de um criminoso de altíssima periculosidade que atirava com fuzil contra policiais? 

Tais perguntas pairam no ar, mas para o bom entendedor que enxergue além da superfície talvez respondam a si mesmas.

Por fim o SINDELPOL aproveita a oportunidade para reiterar seu irrestrito apoio aos qualificadíssimos profissionais do SAER e demais agentes da autoridade que, no cumprimento do dever, venham a deparar-se com o infortúnio de serem obrigados, dentro da proporcionalidade, da razoabilidade e do uso progressivo da força, a ceifar a vida de criminosos na necessidade de proteger as suas próprias vidas e a de terceiros." 

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