sábado, 21 de maio de 2011

"Talabarte de algemas"

Fonte: www.terra.com.br
Durante o cumprimento da ordem de prisão da pessoa suspeita da prática do crime de homicídio contra um empresário no interior de um motel carioca, um integrante da Polícia Civil daquele estado se exibe perante as câmeras dos diversos meios de comunicação, ostentando um “talabarte de algemas”. Num primeiro momento a imagem pareceu despercebida diante do sorriso “desagradável” do agente policial e da vitória da prisão da suspeita, mas uma parte daquela Corporação e da população brasileira apresenta indignação, uma não-concordância com o comportamento adotado pelo agente responsável pela aplicação da lei, ou seja, o uso do “talabarte de algemas” foi condenado. Este ato demonstra um comportamento potencial de desrespeito a ordem estabelecida, não apenas por infringir normas administrativas, mas por deixar, explicitamente, uma imagem da não concordância com os princípios de respeito ao ser humano. Nada há de comunitário ou de pacificação nesse comportamento. É possível relacionar o policial civil com o personagem sombrio e maléfico do desenho animando He-Man, o Esqueleto (sombrio, maléfico, traiçoeiro etc.). Resguardada as eventuais semelhanças, é possível uma breve análise sociológica que demonstra, ao final, que os princípios de respeito aos direitos humanos não estão internalizados naquele policial (com grande esforço em não generalizar, uma vez que o fato ocorreu numa delegacia de polícia, presenciado por advogados e outros policiais civis). Se não gerou surpresa entre aqueles que trabalham na delegacia onde o fato ocorreu, não resta dúvida de que o “talabarte de algemas” era costumeiramente utilizado. Quem sabe não surgirão outras imagens do mesmo policial.
 Fonte: www.imotion.com.br

A adoção dos princípios de direitos humanos, no sentido de preservar e defender a dignidade da pessoa humana, ainda é tarefa inacabada. Há muito há se discutir, há se trabalhar transversalmente e, digo ainda, de trabalhar diretamente esta questão. Do fato, sobra apenas a imagem de uma polícia que não se adequou a nova ordem jurídica e social.

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